segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Abaixo o Trautear!

Talvez vá ser mal interpretada com o que vos vou revelar a seguir, mas tenho sido sempre honesta e transparente com vocês. Não há segredos entre nós, para o bem e para o mal, e vocês sabem disso. Acho que já vos dei provas suficientes de que estou sempre pronta para uma boa paródia, portanto não me tomem por favor como uma pessoa angustiada ou azeda, com aquilo que vos vou revelar de seguida. 

Tenho-me vindo a aperceber que me irritam mesmo muito as pessoas que murmuram ou que trauteiam canções. Uma pessoa não é de ferro e há coisas das quais não pode fugir, e esta é uma delas. Não pedi para isto me irritar, não gosto que isto me irrite, mas irrita. Oh Deus, se irrita. Dou por mim a pensar que se calhar me estou a tornar numa velha do Restelo que odeia pessoas felizes. Se bem que acho que agora está imenso na moda viver lá.

Sabem aquele gesto inconsciente que quase toda a gente tem quando está feliz, ou quando é só parva, de apertar os sapatos, pentear o cabelo, tirar um café, limpar o pó, seja o que for e murmurar ou trautear uma canção? Quase todos vocês devem fazê-lo, não faz mal, amigos como dantes, mas deixem-me só dizer que isso a mim me irrita solenemente. Irrita-me essa indecisão, esse meio termo, esse não se perceber que canção estão a cantar, esse burburinho como se estivessem a segredar qualquer coisa que não se pode ouvir, mas fazendo questão que se ouça qualquer coisa. Essa melodia que vocês emitem entra-me no cérebro e começa a corroê-lo, e faz com que eu me foque nisso e no quanto isso me irrita. Dou por mim a tentar levantar cadeiras com o poder da mente, para acertar nos cornos de quem decidiu começar a murmurar o Last Christmas por exemplo. Se algum dia me quiserem extorquir uma informação, fechem-me numa sala com alguém a trautear uma canção, e têm o que quiserem de mim em menos de 3 minutos. Se querem cantar, cantem como deve ser pá. Fiquem roxos a tentar atingir aquela nota aguda, desafinem, inventem a letra, mas façam-se uns homenzinhos e umas mulherzinhas e cantem em pleno. 

No outro dia estava no ginásio a vestir-me, e chegou uma senhora que começou a murmurar uma música de merda desde que abriu o saco do ginásio, e não se calou até eu sair do balneário. Foi doloroso para mim, e podia ter sido doloroso para ela se eu não me tivesse controlado e tivesse desatado a gritar aquilo que estava a sentir, que teria sido qualquer coisa como: CALE-SE MULHER, PELO AMOR DE DEUS, CALE-SE COM ESSA MERDA OU EU DOU CABO DE SI!

Digam-me cá uma coisa: as pessoas que fazem isso são assim tão felizes? Estão assim tão relaxadas e tranquilas? Estão a passear num prado verdejante e só elas é que o estão a ver? Porque é que eu não consigo atingir essa plenitude? Pior: porque é que a plenitude dos outros me irrita? 

Ah, e claro, não me façam falar das pessoas que assobiam. 

6 comentários:

  1. Ahahaha, opa tu és demais xD
    Bem, eu não tenho nada contra nem a favor quem o faz...... eu secretamente adorava saber assobiar e se soubesse passava a vida nisso e tu ias odiar-me :P
    Não tenho o hábito de cantarolar mas cantar em altos berros no carro é a minha cena! :D

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    Respostas
    1. não sabes assobiar? que giro ahah sim, ia odiar-te, por isso deixa-te estar assim na ignorância!! Sim, eu também canto muito no carro, e no banho, e em casa, e e e e.... :X

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  2. epah...fiquei a trautear ou a cantarolar o Last Christmas por tua causa...pôxaaaaa...
    lastcristmas, aishoyo miart, andioutroietauai...laaaaaaaaaaastcr...

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  3. Este blog devia-se chamar "Crónicas de um feitiozinho de m*rda".

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